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Pessoas presas na operação
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Á exatamente um mês a população de Muaná presenciou um fato inédito, um
acontecimento que pegou todos de surpresa e que não será esquecido tão cedo
pela população. Estou me referindo a “Operação Crustáceo” executada pelas
Polícias Civil e Militar, e que visava cumprir dezoito mandatos de prisão
contra traficantes de droga e foragidos do sistema prisional do estado, e que
há muito tempo estavam gerando grandes transtornos a população local.
Turbilhões de pensamentos passaram pela cabeça daqueles que se acordaram
com o barulho dos helicópteros, com o som vindo das ruas, resultante das
aglomerações de pessoas que em plena 6:30 da manhã já lotavam as estreitas
pontes da cidade para acompanhar os desdobramentos da operação. A maioria dos
populares nem sabia o motivo daquilo, mas aos poucos suas dúvidas foram se
esclarecendo, quando os bandidos começaram a ser capturados, drogas e armas
encontradas, e a lei sendo cumprida.
A operação começou por volta das 6 horas da manhã e contou com agentes
da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (ROTAM), do Comando de Operações Especiais
(COI) e com o apoio das embarcações comandadas por policiais do Grupamento
Marítimo e Fluvial do Estado (GMAF). Tendo contado com o comando do famoso
Delegado “Éder Mauro” da Divisão de Repressão a Furtos e Roubos da Polícia
Civil (DRFR); do delegado do município “Thiago Menezes” e do Tenente-Coronel
“Rosinaldo Conceição”, além de contar com o apoio de 2 helicópteros e um efetivo
de cerca de 80 policiais civis e militares. A operação também contou com a
cobertura da equipe do programa “Rota Cidadã” do TV RBA comandada pelo
Jornalista Joaquim Campos.
O episódio teve ampla divulgação em todo o Marajó, e várias opiniões se
formaram sobre o acontecimento, porém a grande maioria da população apoiou a
operação, tendo inclusive aplaudido a cada vez que as viaturas chegavam com
mais presos em frente a delegacia. O blogueiro Daniel Sidonio chegou a comparar
a Operação Crustáceo com a revolução ocorrida em 28 de maio de 1823 quando
Muaná se tornou o primeiro município do Pará a aderir a independência do
Brasil, tendo classificado o fato como uma segunda independência, desta vez em
relação as Drogas.
O fato despertou tanto interesse na população, que pouco tempo depois de
os presos terem chegado à delegacia, uma grande aglomeração de curiosos já se formava
em frente à delegacia, era tanta gente, que de manhã a multidão encostava-se ao
prédio da Prefeitura, entre essas pessoas estavam interessados em saber o
que estava acontecendo na cidade e parentes de presos querendo se informar
sobre a situação dos mesmos.
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Muitas pessoas se aglomeraram em frente à
delegacia, curiosos em ter mais informações sobre o que estava acontecendo na
cidade
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Imediatamente o número de crimes oriundos do tráfico de drogas como os
assaltos que há muito tempo vinham assustando a população urbana e rural da
cidade caiu, a população começou a dormir com mais tranquilidade, e passou a
relembrar os velhos tempos nem tão distantes assim em que os muanenses
tinham liberdade para dormir até de janela aberta se quisesse, e poderia ficar
até tarde da noite na rua, e o consumo de drogas obviamente já existia, porém
era em números muito menores que os atuais.
Hoje, um mês depois desse acontecimento, a população muanense precisa
refletir sobre o assunto, e se perguntar: Será que só aquela operação é
suficiente para eliminar o problema do tráfico e consumo de drogas no
município? E certamente chegará a conclusão de que é preciso muito mais para
eliminar esse câncer da sociedade não só muanense, mas brasileira em geral; de
que prevenir é muito mais importante e eficaz de que punir. E com esses
questionamentos em mente deve se inserir nessa luta e se unir e cobrar o
governo, para que um dia toda a sociedade possa olhar pra trás, e se lembrar
das drogas como um triste episódio no passado.
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Reportagem escrita por: Odmilson Rodrigues.
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