quarta-feira, 10 de julho de 2013

Marajó é prioridade no programa “mais Saúde” do Governo Federal, segundo Ministro da Saúde.



O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, teve um dia agitado ontem (9) em Brasília. Pela manhã, falou à imprensa de todos os estados sobre detalhes do programa “Mais Saúde para o Brasil”, lançado na última segunda-feira pela presidente Dilma Rousseff. Padilha rebateu críticas de entidades médicas que ameaçam promover greve geral, caso sejam implantadas as medidas propostas pela Medida Provisória publicada ontem pelo Diário Oficial da União.

O ministro disse ao Diário que os problemas enfrentados pela população da Ilha do Marajó “serviram de inspiração” para a criação do novo programa. A região é a que apresenta a pior concentração de médico por habitante do país. Os gestores municipais não conseguem manter profissionais de saúde nos municípios, mesmo oferecendo altos salários e boas condições de trabalho, como unidade de saúde equipada, aparelhos para exames e medicamentos.

De acordo com Padilha, o Marajó é prioridade neste programa do governo. “Foi pensando no problema enfrentado pela população que criamos o programa. Estaremos junto à universidade (Universidade Federal do Pará) para coordenar o trabalho dos médicos na região, o pagamento será direto do Ministério, tudo isso dará mais segurança para que o médico fique nos municípios do Marajó”, informou o ministro.

Entre as resistências encontradas pelo ministro junto às entidades médicas estão as medidas que propõem mudanças nos cursos de medicina, como a criação do segundo ciclo. A proposta é de que os estudantes de medicina façam obrigatoriamente a chamada residência médica, pelo período de dois anos, em hospitais do SUS, condicionando o recebimento do diploma a esta medida, que passa a valer a partir de 2015.

As entidades de classe avaliam que essa mudança é uma exploração do profissional de saúde. Alexandre Padilha rebateu destacando que o serviço social obrigatório é quando o Estado escolhe para onde o profissional vai. “O médico em treinamento ficará dois anos na atenção básica, na medicina da família, na urgência e emergência, ligado à instituição formadora. Ou seja, a faculdade onde ele estuda vai ter que se aproximar da atenção básica e lá ele vai fazer o processo de treinamento. Não tem nenhuma relação com serviço civil obrigatório, disse., enfatizando que esses dois anos servirão para melhorar a formação dos profissionais e torná-los “especialistas de gente”, com uma visão mais geral e integral do paciente.
O ministro afirmou que o governo federal está “muito seguro” da validade jurídica do Programa Mais Médicos. “O momento é o do debate no Congresso [Nacional]. Quem tiver propostas diferentes para levarmos mais médicos à população brasileira apresente-as e vamos debater no Congresso. Não venham tentar cercear o debate e as medidas que o governo federal está tomando para resolver um problema grave no Brasil, que é ter médicos perto da população”, disse o ministro.

Ontem foram publicadas no Diário Oficial da União a medida provisória e os editais com as regras do programa, que visa ampliar o número de profissionais de saúde em municípios no interior do país e nas periferias das grandes cidades. No Pará serão 96 municípios beneficiados.
À tarde o ministro da Saúde participou da abertura da 16ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. Ele informou aos prefeitos que a pasta possui recurso disponível para“toda demanda de infraestrutura” na área de saúde nos municípios. Segundo Padilha, R$ 7 bilhões do ministério já estão sendo usados em obras de reformas em hospitais e mais R$ 5 bilhões serão disponibilizados esta semana para contratação.

BOATOS
O ministro foi vítima de boatos sobre sua formação.. Alexandre Padilha é médico infectologista pós-graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com diploma reconhecido pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) tendo, inclusive, supervisionado o Núcleo de Extensão em Medicina Tropical do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da USP. As acusações causaram mal estar em Brasília.

Formado na Universidade de Campinas (Unicamp), com residência na USP, o ministro, cuja primeira inscrição no Conselho Regional de Medicina é de São Paulo, pediu transferência para o Pará, onde implantou e coordenou o Núcleo de Medicina Tropical da USP em Santarém, tendo a experiência de levar médicos para a Amazônia. 

Em nota, Padilha lamentou que “ataque pessoal seja usado para mascarar o debate sobre o “Programa Mais Médicos”, que levará estes profissionais para as regiões mais carentes dos municípios do interior e da periferia das grandes cidades”.


fonte:Diário do Pará

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